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PIB dos Brics ultrapassa o G7: Perspectivas geopolíticas e econômicas do Brasil no grupo


Pela primeira vez um grupo de países ultrapassou o G7 em termos de produto interno bruto. Os Brics, acrônimo de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que em 1996 correspondiam a cerca de menos de 20% do pib mundial, medido em termos de paridade do poder de compra, enquanto os países do G7 possuíam mais de 45% do pib mundial, agora possuem 31,5% do pib, mais do que o percentual atualmente correspondente aos países do G7. A tendência é que a diferença, que hoje é relativamente pequena, continue a aumentar. Ao menos é o que dizem as projeções, conforme os gráficos abaixo:



É importante dizer que tal mudança no panorama econômico deve ser levada em consideração por todos os governos. Sobretudo os de países emergentes como o Brasil e outros que ainda não fazem parte dos BRICS. Quando o grupo foi formado, a China ainda não estava com a mesma relevância econômica que possui nos dias de hoje.

Podemos dizer que o que já foi B R I C S, pode estar se tornando um b r i C s, com a China cada vez mais em evidência, com toda a sua importância para a indústria mundial, bem como também para a produção de tecnologia e patentes. O Brasil passou por problemas políticos e econômicos que afetaram a sua imagem internacional, bem como a sua inserção, com governos tomando posições de alinhamento automático em agendas que não necessariamente representam os interesses nacionais. É necessário que qualquer governo avalie muito bem quais posições vai tomar em relação à China, à Rússia e também aos outros atores internacionais. Assumir compromissos com nações do G7 sem que seja oferecida contrapartida ou que tenha consequências ruins para nossa economia ou projeção internacional é um dos assuntos da ordem do dia. Entre os países dos BRICS, talvez a Índia seja o segundo ator internacional que mais aproveita as oportunidades e ameaças para o seu próprio benefício. Com as sanções internacionais feitas pelos países ocidentais à Rússia, os indianos compram petróleo russo e vendem para a Europa. A Índia é o segundo ator, pois a China, além de ter aumentado muito a sua complexidade econômica, passou a buscar o protagonismo na mediação de conflitos que em outros tempos seriam mediados por nações do G7. Recentemente o país asiático mediou uma reaproximação entre a Arábia Saudita e o Irã, o que por si só já demonstra a diminuição do poder ocidental, e sobretudo americano, na região do Golfo e do Oriente Médio.

Também é importante lembrar que o BRICS que existe hoje em dia é bem diferente do que surgiu no início dos anos 2000. O Brasil é o país que teve o menor crescimento relativo entre os cinco membros do BRICS entre os anos de 2001 e 2021. A influência chinesa tende a ser cada vez maior em relação aos outros países do grupo, mantidas as perspectivas atuais. A inserção brasileira no grupo deve levar em consideração tal assimetria em relação à China. Conforme podemos ver no gráfico do crescimento do PIB dos países do grupo, a China é a que possui o mais proeminente nível de aumento do produto interno bruto, sendo que até os anos 90 a economia chinesa ainda era comparável à outros membros, mas descolou completamente a partir do início dos anos 2000. Após a entrada da China na Organização Mundial do Comércio, em 2001, a economia chinesa inicialmente virou o parque industrial mundial de grandes empresas transnacionais com sede em países ocidentais. Atualmente, empresas chinesas já ganharam muito espaço no mercado mundial, produzindo e exportando mercadorias cada vez mais complexas, passando por celulares até carros. O Brasil, por outro lado, que já vinha perdendo participação da indústria no PIB desde os anos 80, só continuou a seguir a mesma tendência, o que torna o país vulnerável às pressões internacionais que podem vir do ocidente ou do oriente.





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