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Música brasileira do passado

Grandes nomes hoje desconhecidos, fizeram história e muito sucesso com sua música em nosso país! A música do Brasil se formou a partir da mistura de elementos europeus, africanos e indígenas, trazidos por colonizadores portugueses, escravos e pelos nativos que habitavam o chamado Novo Mundo. Outras influências foram se somando ao longo da história, estabelecendo uma enorme variedade de estilos musicais. Na época do descobrimento do Brasil, os portugueses se espantaram com a maneira de vestir dos nativos e a maneira como eles faziam músicas: cantando, dançando, tocando instrumentos (chocalhos, flautas, tambores).

O maracá era um instrumento muito apreciado pelos índios tupis da costa do Brasil, e os índios costumavam dançar em círculos cantando e batendo os pés. Um dos cantos dos tupis era dedicado a uma ave amarela, uma espécie de arara, que eles chamavam “Canide ioune” (ave amarela na língua tupi).

A música brasileira mistura elementos de várias culturas, principalmente as chamadas culturas formadoras, que eram a dos colonizadores portugueses (europeia), a dos nativos (indígena) e a dos escravos (africana).

É difícil dizer com certeza, quais foram os elementos de origem, mas sabemos que alguns instrumentos musicais, por exemplo, são tradicionais de certas culturas. Os primeiros professores de música no Brasil foram os padres Jesuítas, responsáveis pela catequese dos indígenas, a partir de 1549. No sul do Brasil, os Jesuítas construíram as Missões, que era um projeto que além de levar cultura aos índios guaranis, também os ensinavam a religião católica, agricultura, e música vocal e instrumental, criando após dez anos, orquestras inteiras só de guaranis.


Um filme que retrata muito bem a catequese feita na America do Sul pelos padres Jesuítas é o Filme “THE MISSION” (gravado em 1986), do Diretor Roland Joffé, com o ator Robert de Niro no papel principal.


O mais famoso padre jesuíta das Missões foi o padre José de Anchieta (1534-1597), criador de muitas peças de teatro didáticas, que tinham a função de ensinar a religião de uma forma criativa e espetacular aos índios.


Os padrões de interpretação e estilo, obviamente eram todos da cultura europeia, e o objetivo era acima de tudo catequético, com escassa ou nula contribuição criativa original da parte dos índios. Com o passar dos anos, os índios remanescentes dos massacres e epidemias aos quais sofreram durante todo esse período, foram se retirando para regiões mais remotas do Brasil, fugindo do contato com o homem branco, e sua participação na vida musical nacional foi decrescendo, até quase desaparecer por completo.

Os indígenas não deixaram seus traços na construção da musica brasileira, apenas em alguns gêneros folclóricos, mas de forma bem passiva, perante a imposição da cultura colonizadora. Até o 19 Portugal foi a maior das influências na construção da música brasileira, erudita e popular, porque introduziu a musica instrumental, harmônica, a literatura musical e boa parte das formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda que diversos elementos fossem de origem europeia e não portuguesa.

Ao longo do tempo o intercâmbio cultural com outros países além da metrópole portuguesa, trouxeram vários elementos musicais típicos de outros países, que se tornariam importantes, como as óperas italiana e francesa, e as danças típicas de outros países, como a zarzuela, o bolero e a habanera de origem espanhola, as valsas e polcas alemãs, e o jazz norte americano tiveram também sua participação e transformação dentro da construção da música brasileira.


Até o início do século 18 a maior parte da música erudita era praticada apenas na Bahia e Pernambuco (estados localizados no norte do Brasil), mas no final do século 18, essa grande fusão de diversos elementos melódicos e ritmos africanos começaram a dar a musica popular, uma sonoridade tipicamente brasileira, que se espalhou por todo o país e formou os primeiros nomes da musica brasileira. O empresário Frederico (Fred) Figner, nascido na antiga Tchecoslováquia em 02 de dezembro de 1866, veio ao Brasil em 1891, com 26 anos, exibindo as maravilhas realizadas pelo fonógrafo, inventado por Thomas Edison. Ele percorreu o Brasil exibindo os sons dos cilindros e gravando vozes pelo Norte, Nordeste, indo para o Sudeste do país, estabelecendo-se no Rio de Janeiro. Nesta cidade, ele faria história.


Em 1897, convidou os cantores Bahiano (Manuel Pedro dos Santos) e Cadete (K. D. T. – Manuel Evêncio da Costa Moreira) para gravarem modinhas populares em cilindros, que seriam comercializados. Em 1900, homenageando Thomas Edison, inaugurou a Casa Edison, situada à Rua do Ouvidor. Em seu estabelecimento, Figner vendia de tudo um pouco, artigos de escritórios, brinquedos, utilidades, e também comercializava cilindros, fonógrafos e gramofones.

A partir de 1902, a Casa Edison passou a ser (também) a nossa primeira gravadora de discos, na época chamados de chapas. Os primeiros artistas a gravarem discos em nosso país foram os já conhecidos Bahiano e Cadete e também o flautista Patápio Silva e a Banda do Corpo de Bombeiros. É difícil, senão impossível, hoje, afirmar quem foi o primeiro a registrar sua voz ou instrumento em cera; porém, o primeiro disco comercial a sair em catálogo foi o Zon – O – Phone 10.001, com o lundu Isto é Bom, de Xisto Bahia, cantado por Bahiano.

Logo depois, outros artistas se juntaram ao elenco da Casa Edison: Senhorita Odette, Senhorita Consuelo, Senhorita Diva, Ator Lino, Campos, Braga, Pepa Delgado, Alfredo Silva, Malvina Pereira, entre outros.

Geralmente, entre 1902 e 1904, ao anunciarem a música nos discos, os locutores citavam o endereço da Casa Edison como sendo Rua do Ouvidor, 107. Mas, em julho de 1904, ela mudaria para o número 105, como informava a revista Avança. O novo endereço era gerenciado por Bemvindo Vianna.

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