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Ayrton Senna da Silva

Todo brasileiro já escutou, pelo uma vez na vida, o nome de Ayrton Senna. Muitos ainda escutam o hino brasileiro e se lembram das inesquecíveis manhãs de domingo em que Senna fazia o Brasil inteiro se emocionar nos circuitos espalhados pelo mundo à bordo de um carro de F1. Pensando nisso, o R7 preparou uma lista com sete curiosidades sobre a carreira de Becão! Sim! Esse era o apelido do piloto entre seus amigos mais íntimos... Senna fez poucas amizades verdadeiras no universo da Fórmula 1.


E um dos poucos que entraram para o círculo de amizades de Ayrton foi o companheiro de McLaren Gerard Berger. Os demais eram considerados apenas "colegas de profissão", como o próprio Senna dizia. Ayrton adotou o capacete verde e amarelo mundialmente conhecido por conta do Mundial de Kart disputado em 1978, na Europa. As regras da competição exigiam que os capacetes dos pilotos tivessem as cores do país de origem. Desde então, ele decidiu manter a tradição na F1. No ano de 1983 Senna correu uma prova inteira da Fórmula 3, na Inglaterra, com o carro sem os freios.


Os mecânicos duvidaram, mas depois ficaram surpresos ao ver que as pastilhas estavam geladas. Em sua primeira temporada na F1, Senna, à bordo de uma modesta Toleman, ficou em segundo lugar no lendário circuito de Monte Carlo, em Mônaco. O brasileiro só não terminou a prova na primeira posição, pois o diretor da corrida interrompeu a disputa por conta da forte chuva. Prost, terminou em primeiro lugar naquela ocasião. Dias antes do GP do Brasil, em 1987, Senna recebeu do Ministério da Aeronáutica o título de piloto de caça honorário da Força Aérea Brasileira. Em retribuiçāo, correu a corrida com um capacete especial em homenagem à FAB.

1988 – Primeiro título mundial


Após uma conturbada temporada em 1987, Ayrton Senna se transferiu no ano seguinte para a McLaren, equipe em qual Niki Lauda (1984) e Alain Prost (1985 e 1986) haviam sido campeões poucos anos antes. Com um carro melhor e motivado pela rivalidade com seu companheiro de equipe e até então bicampeão mundial Prost, Senna conquistou finalmente o seu tão desejado título mundial de Fórmula 1, apenas 4 anos após sua estreia na categoria.


Além do carro histórico, temos um cenário todo planejado para homenagear esse que é um dos maiores ídolos da história do Brasil. Os fãs da Fórmula 1 e de Senna vão as lágrimas quando entram no cenário e ouvem a marcante trilha da vitória. 1989 – Rivalidade com Prost e uma das maiores corridas da história A temporada de 1989 foi marcada por tensões entre os dois melhores pilotos em atividade na época, o brasileiro Ayrton Senna e o francês Alain Prost. Para entendermos como essa tensão se desenrolou, precisamos partir do início da temporada.

Ambos os pilotos corriam pela mesma equipe, a McLaren, e por conta disso firmaram um acordo de cavalheiros de não se ultrapassarem na primeira volta. O ponto inicial nessa tensão entre os dois aconteceu logo na segunda prova da temporada, no Grande Prêmio de San Marino. Logo no início da prova, o piloto da Ferrari Gerhard Berger bateu forte na curva de Tamburello (que 5 anos depois vitimaria Senna) e a corrida foi interrompida. Na relargada da corrida, Senna ultrapassou Prost antes de completarem a primeira volta, o que significava uma quebra no acordo que eles haviam feito anteriormente. O piloto brasileiro argumentou que, como a corrida já havia sido iniciada antes do acidente de Berger, ele não havia descumprido o acordo, porque aquela já não era mais a primeira volta da prova.

Fato é que, após isso, a relação entre os pilotos se deteriorou e a rivalidade só aumentou, até o ápice na penúltima prova da temporada, no GP do Japão.


Senna fez uma temporada irregular, tendo vencido 6 e conquistado um segundo lugar nas 14 provas disputadas até então, porém havia abandonado outras 5 provas ao longo do ano. Ainda assim estava na segunda colocação no campeonato, atrás de Prost, e seria campeão independentemente dos resultados do francês se vencesse as duas últimas provas da temporada.No Grande Prêmio do Japão, Senna largou na pole position, mas foi ultrapassado na largada por Prost que liderou grande parte da prova com o piloto brasileiro na cola, em uma das melhores corridas da história da categoria. Na volta 47, Senna forçou uma ultrapassagem pra cima do francês, que ainda ressentido pelos eventos do GP de San Marino e sabendo que ficaria com o título se ambos abandonassem a prova, impediu a ultrapassagem, causando um acidente. Prost abandonou a prova, mas Senna, com o bico do seu carro danificado, pediu para que os fiscais de prova o empurrassem para continuar a corrida.


Ambos os pilotos estavam tão à frente dos demais, que mesmo com o acidente, Senna voltou para a corrida ainda na liderança, sendo ultrapassado pelo italiano Alessandro Nannini apenas quando fez o pit-stop para consertar o bico quebrado. Em apenas duas voltas após a parada, o brasileiro ultrapassou o italiano e venceu uma das provas mais memoráveis da história.


Mas a polêmica certamente não acabaria com a bandeira quadriculada. Logo após a prova, Senna e Prost fizeram uma reunião com o diretor da McLaren e o presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Jean-Marie Balestre. Após a reunião, foi divulgado que o brasileiro tinha sido desclassificado da prova por ter voltado para a pista sem contornar a chicane, dando assim o título do campeonato para o francês em uma das decisões mais controversas da história da Fórmula 1. Muitos defendem que Prost foi favorecido pela FIA e que roubaram a vitória de Senna, inclusive o próprio brasileiro afirmou isso em uma de suas entrevistas à época. 1990 – Segundo título mundial e a vingança


A temporada de 1990 terminou com um gostinho de vingança para Ayrton Senna. Pela terceira temporada seguida, o título mundial poderia ser decidido no Grande Prêmio do Japão, e foi exatamente o que aconteceu. Em uma situação invertida com relação a temporada anterior, o francês Alain Prost precisava vencer as duas últimas provas da temporada para ser campeão independentemente dos resultados de Senna.

O piloto brasileiro garantiu a pole position e solicitou a FIA e seu presidente, Jean-Marie Balestre, que invertesse as posições do grid para poder dar a largada pela esquerda, já que o lado direito da pista era mais “sujo”, o que causava desvantagem (por isso Senna perdeu a primeira posição na largada na temporada anterior). Balestre negou o pedido do brasileiro e a corrida aconteceu com o grid tradicional. Senna então decidiu que ele não deixaria Prost terminar a primeira curva em primeiro.


O francês novamente tomou a frente de Senna logo na largada, mas na primeira curva o brasileiro jogou sua McLaren contra a Ferrari de Prost, fazendo com que os dois pilotos abandonassem a prova e o brasileiro se sagrasse campeão mundial pela segunda vez em sua carreira. Não foi um fim muito honrado para um campeonato tão emocionante, mas é inegável o sentimento de vingança contra a FIA e Balestre por tudo que havia acontecido no GP do Japão da temporada anterior. 1991 – Primeira vitória no GP do Brasil e terceiro título mundial O grande momento da temporada do piloto brasileiro aconteceu no Grande Prêmio de Interlagos, no Brasil. Senna já havia disputado o GP do Brasil 7 vezes, mas nunca havia conquistado uma vitória em seu próprio país. Isso mudou na temporada de 1991, e de maneira espetacular.


Senna largou na pole position, mas não conseguiu abrir distância de Mansell. Porém na volta 61, o britânico rodou na pista e abandonou a corrida, deixando o brasileiro com o caminho livre para a vitória. Mas uma vitória no Brasil não viria fácil para Senna. O câmbio do brasileiro apresentou problemas e o carro ficou preso na 6ª marcha, obrigando o piloto a fazer esforços absurdos para conseguir controlar seu carro. Ao cruzar a bandeira quadriculada, Senna deu gritos de alivio e emoção que ecoam até hoje na memória dos amantes de Fórmula 1. No final da prova, o brasileiro precisou ser auxiliado para sair de dentro do seu carro, sofrendo com câimbras musculares e febre devido ao esforço tremendo. Novamente a decisão do campeonato ficou para o GP do Japão, onde Senna disputava o título com o britânico Nigel Mansell. Logo na 10ª volta, Mansell acabou saindo da pista e abandonando a prova, transformando Senna no tricampeão mais jovem da história da Fórmula 1. Primeiro de Maio de 1994


No final de semana do GP de San Marino primeiro aconteceu o assustador acidente de Rubens Barrichello; no sábado, foi a vez da morte de Roland Ratzenberger e, no domingo, uma tragédia que mudou para sempre as normas da categoria: a morte de Ayrton Senna.

Esse assunto já foi explorado ao longo dos anos quase à exaustão, é até difícil encontrar quem não o conheça a fundo, não importa a idade. Entretanto, e quase sempre, prevalece a versão “oficial” de que Senna teria morrido no Hospital Maggiore, em Bolonha. Isto vai depender do ponto de vista em que analisarmos a situação. Betise Assumpção era na época a principal assessora de Ayrton. Guardadas as proporções, Betise era para ele o que Angela Cullen era para Lewis Hamilton, e estava quase sempre ao lado dele. Naquele domingo, ela estava no autódromo junto a Leonardo, irmão de Senna, quando houve o acidente. Betise me relatou que Bernie Ecclestone, o então todo-poderoso da F1, passou por Leonardo e o chamou ao seu escritório. Leonardo não falava inglês e por isso ela foi junto, contra a vontade de Bernie. Já nas instalações, o inglês ordenou a ela: “Diga a ele que a informação que temos da pista é a de que o irmão está morto. Peça para ele usar o telefone e avisar a família”.


Tendo o teor sido traduzido, Leonardo entrou em desespero e começou a chorar compulsivamente, mas procedeu conforme ordenado. A atitude de Bernie Ecclestone tinha um interesse comercial evidente: de acordo com as leis italianas (e apesar do GP ser chamado de San Marino, pequeno país cercado pela Itália, Ímola é uma cidade italiana) havendo uma morte na pista a corrida teria que ser anulada e os prejuízos materiais seriam na ordem de milhões de dólares. Betise suspeita que este tenha sido o teor da conversa entre Bernie e o tal homem misterioso, o que o levou a se retratar e pedir o desmentido antes que vazasse para a imprensa.


Conversei com o Professor Sid Watkins, médico da F1 à época, em 1999, e ele me disse que quando chegou ao local constatou que a situação de Senna era irreversível e que não havia ritmo cardíaco. As manobras de ressuscitação foram então iniciadas e ao ser retomado o ritmo e controlada a hemorragia, Ayrton foi conduzido de helicóptero para o hospital onde tudo o que pôde ser feito foi aguardar o inevitável. Betise se afastou da F1 por uns meses e quando tentou entrar num autódromo sua credencial havia sido cassada. Graças ao amigo Jayme Brito, produtor de TV da F1 para o Brasil, conseguiu uma, voltou a frequentar o paddock e acabaria se casando com Sir Patrick Head, um dos fundadores da equipe Williams, com quem teve um casal de filhos. Hoje morando em Londres, Betise não acompanha mais as corridas.






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