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A omissão estatal e das Federações de Futebol nos casos de racismo e xenofobia

Todos os dias podemos observar casos de discriminação contra jogadores nos estádios ao redor do mundo. Recentemente, o caso mais emblemático aconteceu com o jogador brasileiro Vinícius Júnior. O que mais choca no caso é o número de vezes que isso já ocorreu pessoalmente contra ele e a total falta de ação por parte da Organização da Liga Espanhola, bem como a falta de ação de federações como a UEFA e a FIFA.

Neste último jogo, vídeos circularam e mostravam a torcida do Valencia gritando ofensas racistas direcionadas ao jogador brasileiro. Além de ter sido ofendido pela torcida, o que por si só poderia, ou ao menos deveria, causar punições como perda de pontos, jogos sem torcida ou perda de mandos de campo, o jogador ainda foi expulso pelo juiz.

Casos assim não são exatamente uma novidade na Europa, ou na Espanha. Já ocorreram com outros jogadores. Mesmo no Brasil, talvez o caso mais famoso seja o do ex-goleiro Aranha, do Santos, num jogo contra o Grêmio no Rio Grande do Sul. As ofensas racistas resultaram na perda de pontos para o time gaúcho, que foi eliminado na Copa do Brasil naquela oportunidade, perdendo os pontos. Curiosamente, tempos depois o mesmo goleiro foi vítima de racismo pela torcida do próprio time, o Santos.

É necessário que as autoridades tomem medidas mais sérias, tanto aqui quanto na Europa, para que casos como esse, se não forem erradicados, ao menos diminuam muito a frequência. O próprio time, o Real Madrid, por toda a grandeza que tem, deveria agir de maneira enérgica para defender o seu atleta e pressionar a Federação Espanhola a punir esse tipo de comportamento. Indo além, todos os grandes times da Europa deveriam agir no sentido de coibir a ação de torcedores que façam ofensas racistas ou xenofóbicas aos atletas adversários ou de seus próprios times. Além de banir torcedores dos estádios, devem lutar para que as punições sejam as mais severas possíveis.

Além das federações de futebol, é necessário que o próprio governo espanhol aja em relação aos ataques racistas. O Ministério da Igualdade Racial do governo brasileiro afirmou que vai notificar a La Liga e o governo espanhol cobrando explicações acerca do caso. É importante lembrar que tais casos também acontecem em partidas da Libertadores e da Sul-Americana. Em 2022, os casos no nosso continente tiveram um recorde, de acordo com o Observatório Racial do Futebol.

Há quase 100 anos atrás, times se organizavam para proibir que jogadores negros ou pobres não jogassem em campeonatos de futebol, como foi o caso dos times da então Liga Metropolitana do Rio de Janeiro contra o Vasco em 1924. Como não conseguiram, criaram uma outra associação. O time de São Januário fez o que ficou conhecido como a Resposta Histórica, até hoje um símbolo de luta contra o racismo, vindo de um time que homenageia um dos mais famosos personagens da Península Ibérica, o navegador português Vasco da Gama:



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