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A necessidade da adequação das políticas econômicas ao contexto atual

Para a economista indiana Jayati Ghosh, a insistência do Brasil em manter as taxas de juros no atual patamar é um tipo de masoquismo. Ela explica que, na conjuntura econômica atual do Brasil, não existiria razão alguma para a existência de juros exorbitantes, ou preocupação excessiva com o superávit primário.

De acordo com Ghosh, a economia brasileira estaria confortável por conta do baixo endividamento externo, baixa inflação e grandes reservas internacionais. Por conta disso, questionou por qual motivo o Brasil precisaria de superávit primário e juros altos. Tal modelo, segundo ela, impede investimentos, o que caracterizaria a política econômica brasileira como “masoquista”.

Com a capacidade de investimentos reduzida, fica inviável para que o país avance. Ghosh afirma que a situação dos anos 80, das dívidas altas e da hiperinflação ficaram para trás, e que vivemos em um mundo e em um contexto muito diferente, tendo em vista que naquela época fazia sentido tentar estabilizar o orçamento, os juros e as taxas de inflação.

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), teve a chance de reduzir a SELIC na semana passada. Entretanto, preferiu manter, pela quinta vez consecutiva, a taxa no percentual atual, o que levou a mais críticas direcionadas à gestão da política monetária atual.

Ainda de acordo com Ghosh, no contexto atual, uma política rígida de juros altos e superávit primário, ainda com os olhos nos anos 80, parece deixar o país de mãos atadas. Tal “autoflagelo” impede o investimento no setor público. O investimento público cria infraestrutura, agrega valor, estimula o setor privado, cria a demanda, melhora as condições da oferta. Com maiores investimentos públicos, mais investimentos privados seriam atraídos e assim um maior crescimento seria gerado.


Fontes: https://icleconomia.com.br/jayati-ghosh-masoquismo-taxa-juros-no-brasil/

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